domingo, 16 de fevereiro de 2014

HIPERTENSOS PODEM CORRER?

Veja os cuidados que devem ser tomados para indivíduos que apresentam hipertensão arterial e querem iniciar os treinos de corrida.

Pessoas que tem a condição patológica da hipertensão tem diversas restrições em sua vida, que vai sendo cada vez maior conforme a gravidade do caso aumenta. Alimentação, níveis de stress e de atividade física atuam diretamente na pressão arterial e tem de serem controlados para que o indivíduo não fique em risco.

De uma maneira bastante ampla, podemos dizer que acorrida é sim um excelente exercício para quem tem hipertensão, salvo os casos mais agravados. O Colégio Americano de Medicina Esportiva, diz que para um bom desempenho de todo o sistema cardiovascular a prática de exercícios aeróbios, feitos em intensidade leve ou moderada, com duração média de 20 até 60 minutos. A atividade aeróbia é bastante positiva fundamentalmente sobre a questão da hipertensão arterial, e segundo o colégio americano, já é possível visualizar em cerca de três a quatro semanas de treinamento contínuo, somado a um controle alimentar correto, a diminuição da massa corporal, reduzindo assim também os níveis de pressão arterial.
É sabido que o exercício físico aeróbio promove uma queda na pressão arterial sistólica, principalmente  em sessões de treinamento em que a frequência cardíaca fica entre a marca de 50 a 70% da máxima. Este fenômeno é conhecido como de hipotensão pós treino, já que no período em que ocorre a recuperação, visualiza-se a queda acentuada da resistência arterial. Se prolongarmos este tipo de atividade durante alguns meses, em indivíduos de qualquer idade, notasse um aumento no consumo de oxigênio, aumenta o tempo de exaustão, diminuição da frequência cardíaca em níveis submáximos e consequentemente da pressão arterial em repouso.
É importante que na atividade aeróbia para indivíduos com hipertensão a preocupação seja basicamente com a duração e não com a intensidade da atividade física. A atividade aeróbia, quando feita em longa duração e que entre em regime de steady-state (estado de equilíbrio) provoca uma melhora do trabalho cardíaco.

Um Hipertenso pode treinar normalmente?


Na verdade isso varia muito com os graus de hipertensão, com a alimentação, com a idade e a questão genética. O que deve ser observado, é que o treinamento mais intenso não é indicado para casos mais sérios e que os melhores resultados são dados através do treino entre 50 e 70% da FCM. Portanto, treinos intervalados, de tiros de velocidade, ou com velocidade acima do que o indivíduo está acostumado, não são recomendados, afinal nestes casos os riscos de o indivíduo em questão ter um mal súbito crescem exponencialmente.
Caso você seja um corredor e quer melhorar seus tempos e seu rendimento, sabendo que este tipo de treino intenso é bastante útil para este fim, consulte seu médico antes de se aventurar nos treinos mais intensos.
Para se ter uma ideia, em casos com maior risco, é comum que o trabalho seja feito com calma e se obedecendo os níveis de hipertensão e de condicionamento da pessoa hipertensa. Alguém que não pratica atividade física, por exemplo, e descobre que está hipertenso, deve começar optando pela caminhada, deixando a corrida para mais tarde, quando tiver um melhor condicionamento aeróbico. Quando este for conquistado, é interessante que se mantenha um ritmo fácil, pois a faixa de trabalho não requer uma velocidade elevada. O praticante deve conseguir falar sem dificuldades frases inteiras. Caso não consiga, por causa do débito respiratório, é um sinal bem visível que o nível de atividade alvo está sendo ultrapassado.
Fora isso, as recomendações são as mesmas do que para qualquer indivíduo, de respeitar seus limites, ter acompanhamento de um bom profissional e fazer a atividade apenas com o aval de seu cardiologista. No mais, é só correr e usufruir dos efeitos deste esporte.
Créditos: treinomestre.com.br

TREINAR PESADO VAI ME DEIXAR MASCULINIZADA?

O corpo desejado por homens e mulheres tem mudado ao longo dos anos. Séculos atrás, pessoas mais cheinhas eram consideradas aquelas que possuíam o corpo mais sonhado e desejado. Ao final do século passado, era o das mulheres e homens extremamente esbeltos, ao estilo de modelos de passarela. Atualmente, o corpo mais desejado é aquele com músculos mais bem construídos, desenhados e torneados. Essa é o ideal de beleza atual.
Normalmente, é comum ver homens com esse ideal, especialmente fortes e com músculos grandes. Muitas mulheres têm chegado ao ideal de beleza, só que mais masculinizadas. O corpo mostra feições mais masculinas, algumas por fazer uso de esteroides anabolizantes, estes que são, na maioria das vezes, baseados em um hormônio masculino (testosterona) e responsável pelas características típicas dos homens, como pomo de adão, voz grossa e pelos.
A testosterona, hormônio que dá as características masculinas a quem faz uso dele, ou, que o produz (no caso dos homens), tem o poder de aumentar o metabolismo, especialmente queimando gordura e melhorando a captação dos aminoácidos pela célula muscular. Contudo, não é a melhor maneira de ganhar músculos, pois possui várias contraindicações e problemas relacionados à saúde, quando você usa sua versão sintética.
O uso de esteroides é comum entre os atletas que buscam resultados rápidos e altas performances. Contudo, para se alcançar os objetivos, não é necessário usar tais produtos, somente persistência e força de vontade já irão te guiar pelo caminho do sucesso. Para isso, mulheres e homens devem treinar muito, cuidar da alimentação e da saúde.

Se eu treinar pesado vou ficar com um corpo aparentemente masculino?

O treino pesado, às vezes, causa medo nas mulheres, devido à possibilidade de tornar suas feições mais masculinizadas, como é visto através de alguns exemplos, como mulheres que treinam constantemente. Estas modificaram, um pouco, suas feições e os músculos, estes que ficaram parecidos com aqueles que os homens buscam durante seus treinos.
A estrutura óssea e muscular de homens e mulheres é parecida, mas esta, para sofrer modificações, necessita da ajuda de hormônios, um deles que foi citado anteriormente: a testosterona. Este hormônio é encontrado no corpo feminino em pouquíssima quantidade, por isso não é de se preocupar. O treino pesado não fará com que sua produção seja aumentada e você fique masculinizada. Continuará com o mesmo nível, contando que você não use medicamentos que deem uma carga maior desse hormônio em seu organismo.
Mas, então, como o corpo feminino consegue alcançar a hipertrofia? O hormônio feminino é o estrogênio e é ele que irá possibilitar que a mulher ganhe músculos. Como ele também é responsável por dar as feições femininas, a modificação corporal com os treinos físicos irá resultar em músculos, mas sem perder a forma feminina. Além disso, para garantir ainda mais que o corpo continuará feminino, o estrogênio diminui o nível de testosterona no sangue, por mais que este aumente, mantendo o nível normal. A principal maneira desse hormônio causar a hipertrofia na mulher é aumentando o hormônio do crescimento (GH). O GH, assim como nos homens, ajuda a deixar os músculos maiores, contudo, não como a testosterona. Portanto, a mulher não tem aporte hormonal para crescer e ficar como homens, isso, normalmente (salve exceções), é causado por anabolizantes. Ele é responsável por aumentar a massa magra, melhorar a captação de aminoácidos pelas células, entre outros. Mas, quando tomado em sua versão sintética, poderia causar aumento dos órgãos internos, e vários outros problemas.

Os benefícios da mulher treinar pesado:

mulher-corpo-perfeitoPara aquelas que buscam definição ou perder gordura, saiba que quanto mais músculos (mesmo sem exagerar nos ganhos), mais fácil fica de emagrecer. Quanto mais massa muscular, mais sensível fica a insulina, fazendo com que os nutrientes parem de alimentar as células adiposas (células que armazenam gordura) e sejam desviados para os músculos. Auxiliando cada vez mais no emagrecimento. 
Treinar pesado visando o aumento de massa muscular contribui para vários processos do corpo e ainda melhora o sistema imunológico.
A melhor maneira de alcançar a hipertrofia é usando aqueles hormônios que são produzidos naturalmente pelo seu próprio corpo. Se você quer um corpo mais musculoso, com músculos definidos e com pouca gordura corporal, treinar pesado é, com certeza, sua melhor e única possibilidade. Atrelar exercícios físicos, como musculação e atividades cardiovasculares, diárias, e, é claro, uma alimentação decente, rica em proteínas, e equilibrando com os outros macronutrientes (lipídios e carboidratos), irão possibilitar que você alcance seus objetivos.
Conclusão:
Fiquem tranquilas mulheres, treinar pesado não vai te deixar masculinizada. Aquelas mulheres gigantescas e que muitas de vocês acham assustador, não chegaram aquele nível da noite para o dia, foram anos e anos de treinamento e algumas, veja bem, algumas ainda fizeram o uso de hormônios sintéticos. Então deixem esse mito de lado e vamos treinar pesado em busca do corpo desejado. Ficar pegando sempre cargas leves que não fazem nem cócegas em seus músculos, não irá causar nenhuma hipertrofia e você não saíra do lugar.
Créditos : treinomestre.com.br

sábado, 15 de fevereiro de 2014

CORRER NO CALOR REQUER CUIDADOS ESPECIAIS


Locais muito secos ou muito úmidos podem ser prejudiciais. 

O exercício físico regular traz muitos benefícios à saúde, contudo, condições de calor e umidade excessivas podem trazer um grande desafio à capacidade do corpo em resistir a tais situações. O desempenho fica significativamente reduzido e aumentam os riscos de desidratação. 

O corredor pode realizar a sua atividade física de forma mais segura, reduzindo o tempo e o esforço dedicado ao aquecimento, mudando a sessão de exercício ou a estratégia de competição visando reduzir a intensidade e realizando pausa mais longas e frequentes. 

Durante uma corrida, os músculos produzem grande quantidade de calor que deve ser dissipado para o ambiente, ou então ocorrerá um aumento da temperatura central. Como a produção de calor pelos músculos é proporcional à taxa de trabalho, o exercício de alta intensidade e de moderada duração (cinco a dez quilômetros) e atividades prolongadas (maratonas) apresentam um maior risco. 

A sudorese é uma resposta fisiológica que tem por finalidade limitar o aumento da temperatura central através da secreção de água na pele para a evaporação, mas esta perda de líquido nem sempre é compensada pela ingestão de líquidos e a regulação da temperatura. 

Quando o corredor treina em um ambiente muito quente e úmido (umidade relativa do ar acima de 80%), a sua evaporação fica prejudicada, pois seu suor competirá com a elevada umidade do ar no processo de evaporação e retirada do calor do organismo. Ambientes muito secos também são prejudiciais, pois, entre outros prejuízos, podem causar sangramento das narinas. 

Um grande número de países da América Latina está localizado na região tropical. Embora a altitude possa fazer uma diferença considerável (por exemplo a Cidade do México e Bogotá são cidades mais frias), os trópicos apresentam temperatura alta e umidade relativamente constante na maior parte do ano. Valores acima de 28ºC são muito comuns, especialmente nas cidades que se localizam ao nível do mar. 

Tolerância ao calor - Existe uma evidência preliminar que indica que os habitantes das regiões tropicais têm uma tolerância maior à ambientes quentes e úmidos, possivelmente devido aos seus níveis de aclimatação crônica ao calor. Contudo, até que mais dados sejam publicados em relação à tolerância ao estresse térmico de pessoas cronicamente aclimatizadas ao calor, as recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva devem ser seguidas. 

A aclimatação ao calor é um conjunto de adaptações fisiológicas que permite ao corredor suportar um estresse maior ao calor ambiental. Elas incluem um aumento na capacidade de sudorese, um suor mais diluído e uma habilidade aumentada de sustentar uma taxa de sudorese alta durante exercícios prolongados. 

Todas essas adaptações ajudam a minimizar o acúmulo de calor, permitindo um tempo de performance mais prolongado e uma diminuição do risco de doenças provocadas pelo calor. No início do processo de aclimatação, a duração e a intensidade das sessões de exercícios devem ser menores que o usual. A duração e a intensidade devem ser elevadas gradualmente a cada dia a medida que a tolerância ao calor melhora. Adaptações significativas ocorrem dentro dos primeiros sete a 14 dias de exposição ao calor. A frequência deve ser entre três a cinco dias por semana, com uma duração de sessão entre 20 a 60 minutos, em intensidade de exercício de 55 a 80% da frequência cardíaca máxima. 

Levando-se em consideração esses aspectos citados anteriormente, o corredor poderá usufruir de uma maneira adequada, correta e segura dos benefícios intrínsecos à prática regular de corridas, além de preservar e proteger a sua saúde. 

Reprodução: www.webrun.com.brprograma afiliados

domingo, 2 de fevereiro de 2014

OTIMIZANDO O TREINAMENTO PARA HIPERTROFIA

O treinamento de força é uma modalidade esportiva que vem há anos ganhando inúmeros adeptos.

Desde os anos 40 do século XX, já se utilizavam os exercícios com pesos para otimizar o rendimento nas diversas modalidades esportivas. Surge então neste período o termo halterofilismo que se torna uma prática regulamentada, que consistia no levantamento com pesos (MEC, 1966). Assim, foi criado na década de 40 o culturismo moderno, cujo autor foi o canadense Josef Weider.

Atualmente a maioria das pessoas que procuram uma academia visam prioritariamente os efeitos estéticos que o treinamento proporciona, sendo o mais buscado, a hipertrofia muscular, utilizando até mesmo de meios extremos, como esteróides anabolizantes e/ou recursos ergogênicos nocivos à saúde para tal.

Para um bom rendimento físico, existem diversos métodos de treinamento que objetivam ganhos de massa muscular de forma satisfatória. Muitos desses, até hoje, são empregados de forma descontrolada ou empírica por profissionais da área de treinamento de força, ou seja, sem controle e embasamento científico para seu correto uso, o que, na maioria dos casos, além de não promoverem os ganhos objetivados, resultam em perdas significativas de massa muscular, altos níveis de estresse metabólico e até mesmo lesões graves que afastam durante muito tempo o sujeito dos treinamentos.

A maioria dos métodos de treinamento resistido foi originalmente criada por treinadores de força, levantadores de pesos, levantadores olímpicos de potência ou culturistas. Estes foram criados de forma empírica, sem uma comprovação científica, mas porque praticantes experientes acreditam que eles funcionam para produzirem resultados significantes nos ganhos de força e hipertrofia muscular (Fleck e Kraemer, 1999; Fleck e Kraemer, 2006).

Para conseguirmos alcançar um bom resultado em longo prazo, de forma mais estável (crônico), devemos respeitar uma progressão técnica e física, além de boa alimentação e descanso, que certamente equilibrados resultarão em um corpo saudável e simétrico, com excelente qualidade e estabilidade muscular.

Para um bom trabalho de hipertrofia muscular, uma correta periodização, a carga certa para cada momento e a correta execução dos exercícios, com ampla abordagem biomecânica, resulta em grandes respostas musculares, não somente nos níveis de força total, mas também nos níveis hipertróficos crônicos, ou seja, estáveis de longo prazo.

PERIODIZAÇÃO DE TREINAMENTO

Vários pesquisadores renomados como William Kraemer e Yuri Verkhoshansky já demonstraram em seus estudos a eficiência da periodização do treinamento de força para fins desportivos. A hipertrofia é uma alteração morfológica e não uma capacidade física. Segundo Gentil (2005), no caso do treinamento de hipertrofia, a periodização serviria para definir critérios técnicos de controle, pois até então não havia nenhum.

Existem vários tipos de periodização, sendo uma das mais utilizadas o modelo Clássico proposto por Matveev (1965). Na periodização Clássica, utilizamos um macrociclo de treinamento que pode ser montado na forma de 12, 06 ou 04 meses (anual, semestral ou quadrimestral). Neste tipo de periodização, as fases de treinamento podem ser divididas em: Fase Básica (Preparação de Base), Específica (Aplicação Técnica – Sobrecargas) e Competitiva (Peak), com suas peculiaridades descritas a seguir.

FASE BÁSICA: Predomina o volume sobre a intensidade; Adaptação articular, muscular e tendinosa ao treino. Adaptação cardiorrespiratória ao treino. Variáveis do Treino: 8 semanas de Duração; 8 exercícios por Treino; Uma carga em torno dos 60% de 1 RM; Exercícios Pluriarticulares; 8 a 12 repetições por série; 2 séries nas primeiras 2 semanas e 3 nas 6 seguintes; 1’30 de descanso entre séries; 24h de intervalo entre treinos. (Alves, J.V. 2012);

FASE ESPECÍFICA: Predomina a intensidade sobre o volume; Melhorar a coordenação inter e intramuscular; Estimular fibras do tipo II; Aumentar a capacidade de recrutamento de unidades motoras do tipo II. Variáveis do Treino: 8 semanas de Duração; 8 exercícios por Treino; Uma carga em torno dos 80% de 1 RM; Exercícios Pluriarticulares; 6 a 8 repetições por série; 3 séries por exercício; 2 a 2’30 minutos de descanso entre os exercícios; 72h de intervalo entre treinos. (Alves, J.V. 2012).

FASE DE PEAK: Melhor apresentação muscular; Hipertrofia Máxima. Variáveis do Treino: 12 semanas de Duração; Até 12 séries por grupo muscular; Uma carga em torno dos 75 e 85% de 1 RM; Exercícios Pluriarticulares e monoarticulares; 6 a 12 repetições por série; 3 ou mais séries por exercício; 72h de intervalo entre treinos. (Alves, J.V. 2012).

O macrociclo de treinamento é subdividido em mesociclos (Atividades realizadas em um mês de treino, com o objetivo de solucionar as tarefas de um dado macrociclo) e em microciclos (Semana do treino, representa o elemento da estrutura de preparação que inclui uma série de sessões de treino respeitando as tarefas do mesociclo), onde os volumes e intensidades de treinamento devem ser cuidadosamente calculados para um ótimo efeito fisiológico neuromuscular.

Os mesociclos (meses) são classificados como: INCORPORAÇÃO, BÁSICO, ESTABILIZADOR, CONTROLE, PRÉ-COMPETITIVO (PRÉ-PEAK), COMPETITIVO (PEAK) E RECUPERATIVO. Os microciclos (semanas) são classificados como: INCORPORAÇÃO, ORDINÁRIO, CHOQUE e RECUPERATIVO.

Como aplica-los em um treinamento de força?

Sabendo dos valores de volume e intensidade a serem aplicados em cada fase, devemos então confeccionar os programas de treinamento, lembrando que, neste caso específico (Treinamento de Força), os volumes podem ser representados pelo número de séries / exercícios e as intensidades pela carga / tempo de recuperação / velocidade utilizadas.

Com os valores das cargas, os volumes e os exercícios bem planejados, podemos então utilizar diversos métodos de treinamento para proporcionar a musculatura sempre uma nova adaptação, quebrando a homeostase (estabilização fisiológica), promovendo maior recrutamento de unidades motoras e maior destruição de fibras (micro lesões), gerando assim excelentes respostas nos níveis hipertróficos musculares, lógico, acompanhados de uma boa nutrição e períodos controlados de descanso.

 MÉTODOS DE TREINAMENTO PARA HIPERTROFIA

No treinamento de força existem diversos métodos de treinamento que objetivam a hipertrofia máxima. Esses métodos como qualquer treinamento, devem ser bem planejados dentro dos mesociclos em cada fase específica para tal, por exemplo, se em um momento objetiva-se desenvolver a resistência muscular específica, utilizaremos, por exemplo, exercícios que utilizem médios-grandes volumes com intensidades médias-baixas e não exercícios intensos com volume baixo que necessitarão recrutar com mais ênfase tipos de fibras rápidas e não as lentas objetivadas na fase em questão.

Para aplicarmos corretamente alguns métodos de treinamento para hipertrofia, devemos lembrar que para conseguirmos grandes resultados, os exercícios devem proporcionar TENSÃO MECANICA; “LESÃO” MUSCULAR e ESTRESSE METABÓLICO, que atingirão de forma satisfatória as fibras tipo I, IIa, IIb e IIx. Para tais, utilizaremos métodos específicos que, devidamente aplicados, além de promoverem altos ganhos de força e resistência, resultarão em músculos bem desenvolvidos e simétricos.

EXEMPLOS DE MÉTODOS DE TREINAMENTO PARA HIPERTROFIA:

1. SÉRIE SIMPLES: execução de cada exercício proposto em uma série somente. (Fleck, S. J. 1999);

2. SÉRIE MÚLTIPLA: consiste em 2 ou 3 séries de aquecimento com carga crescente, seguido por várias séries de igual carga. (Fleck, S. J. 1999);

3. TREINAMENTO PROGRESSIVO: Adição de cargas progressivas periodicamente, aumento de nº de séries e sessões de treino e diminuir as pausas entre as séries. (Guimarães, W. 1997);

4. PIRÂMIDE CRESCENTE: das cargas, das repetições em cada série. (Guedes, D. 1997);

5. PIRÂMIDE DECRESCENTE: das cargas, das repetições em cada série. (Guedes, D. 1997);

6. ISOLADO: consiste em isolar o músculo da ação dos músculos auxiliares. (Guimarães, W. 1997);

7. REPETIÇÕES NEGATIVAS: usar cargas acima de 100% dando ênfase ao trabalho excêntrico do movimento. (Guedes, D. 1997);

8. REPETIÇÕES FORÇADAS: usar cargas entre 80 e 100% e ao final de uma série, fazer mais 2 ou 3 repetições com ajuda de 1 companheiro na fase concêntrica. (Guedes, D. 1997);

 9. REPETIÇÕES ROUBADAS: idem acima, sem ajuda do companheiro, sacrificar a postura correta para a realização dessas repetições. (Guedes, D. 1997);

10. CONFUSÃO MENTAL: consiste em variar constantemente o exercício, a série, repetições e ângulos, para que não ocorra a homeostase. (Guedes, D. 1997);

11. PRÉ EXAUSTÃO: consiste em executar um exercício uni-articular, para que o músculo em questão sofra uma exaustão parcial e em seguida executar um exercício bi-articular onde o músculo é auxiliado por um sinergista. (Guedes, D. 1997);

12. EXAUSTÃO: executar tantas repetições possíveis com uma determinada carga, até a falha concêntrica momentânea. (Fleck, S. J. 1999);

13. PRIORITÁRIO: iniciar o treino pelo músculo ou segmento corpóreo mais fraco ou aquele segmento que precisa de um maior desenvolvimento. (Guimarães, W. 1997);

14. SUPER-SÉRIE: trabalha-se os músculos agonistas e antagonistas entre sí, em uma mesma série, sem ou muito pouco intervalo. (Fleck, S. J. 1999);

15. FLUSHING (fluxo): executa-se 2 ou mais exercícios para o mesmo músculo, ou grupo muscular próximos. (Fleck, S. J. 1999);

16. TREINAMENTO DIVIDIDO: consiste em dividir o treino em 2 partes (MMSS em 1 dia e MMII em outro dia). (Guimarães, W. 1997);

17. PAUSA E DESCANSO: treina-se com cargas altas que possibilitam 2 à 4 rep. dando intervalo de 15” e então repete-se o processo por 3 ou 4 x aumentando o intervalo p/ 30, 45, 60”. (Guedes, D. 1997);

18. DROP SET: consiste em realizar uma série até o esgotamento total, diminuindo o peso logo em seguida e imediatamente continuada até obter novamente o esgotamento total. (Guimarães, W. 1997);

19. BLITZ: dividir os músculos a fim de treinar somente um por dia, aumentando assim a intensidade do treinamento, podendo até utilizar mais de 1 princípio de treino simultaneamente;

20. ISOTENSÃO: consiste em tensionar o músculo e mante-lo em tensão máxima por 3 a 6”, 3x.(Guimarães, W. 1997);

21. TREINAMENTO EM CICLO: estruturar o treino para que em um treino anual desenvolver a hipertrofia e a força e em outra parte do ano desenvolver a resistência muscular. (Guimarães, W. 1997);

22. INTUIÇÃO: consiste em treinar um grupamento muscular que se tenha vontade, considerando o fator psicológico e não fisiológico. (Guedes, D.1997).

 Todas as informações apresentados neste artigo não são uma “receita de bolo milagrosa” que quando aplicada apresenta um excelente resultado comum, mas sim parâmetros com amplo embasamento técnico-científico para podermos elaborar programas e treinar de forma mais consciente, controlada e respeitando todas as variáveis fisiológicas pertinentes ao treinamento.

Para conseguirmos atingir grandes resultados em hipertrofia muscular é extremamente importante levar em consideração, além da perfeita organização dos treinos com estímulos variados que quebram a homeostase (variabilidade) utilizando as vias tensional e metabólica (Fibras I, IIa, IIb e IIx), os fatores genéticos do indivíduo (somatotipo, herança genética, desenvolvimento ósseo, etc), nutricionais (consumo x gasto calórico, qualidade alimentar, etc) e os períodos de recuperação (sono, repouso entre treinos). Sem a perfeita equalização desses fatores, junto ao conhecimento teórico e prático profissional, é impossível atingirmos resultados significativos utilizando qualquer método de treinamento.

Resumindo, devemos primeiramente conhecer bem as limitações físicas e funcionais de cada um. Saber que cada ser humano é um ser subjetivo é o princípio de todo planejamento de um ótimo programa de treinamento. Por isso, o BOM SENSO e o pleno conhecimento científico, técnico e prático que norteia o tema treinamento de força é a base para o sucesso.

Texto por: Prof. Esp. Raphael Benassi (CREF 028831-G/RJ).

REFERÊNCIAS:
■DANTAS, E. H. M. A Prática da Preparação Física. 5ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003;
■GENTIL, P. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Sprint, 2005;
■GUEDES, D. P. Musculação: estética e saúde feminina. São Paulo: Phorte, 2003;
■GUIMARÃES, W. M. N. Musculação anabolismo total. Liberdade, São Paulo: Phorte, 2002.
■FLECK, S. J; KRAEMER, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular, Ed. ArtMed, 1999; ■Fleck S. J; Kraemer W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ed. Artmed, 2006.