A reclamação é geral. Ninguém tem paciência para mais nada. Todo mundo quer tudo e para agora. Viramos uma geração de imediatistas, individualistas e insensíveis.
Um esbarro em alguém num local cheio e logo pode virar um bate boca. No trânsito é comum ver um dedo médio em riste ou um palavrão pronunciado de dentro de um carro hermeticamente fechado. Um atendente não suporta mais do que duas perguntas e já começa a perder a paciência. Um chefe não tolera mais erros, e os funcionários estão cada dia menos comprometidos com os resultados da empresa.
Na escola, os pequenos aprendem que defender o seu é fundamental e já não compartilham mais as coisas com todos, selecionam, escolhem. O estádio de futebol virou campo de guerra. As empresas correm atrás de se adequar a este fenômeno imediatista e se comprometem cada vez mais com prazos de entrega que só reforçam este comportamento alucinado. E, na maioria das vezes, falham.
Existem muitas teorias sobre qual fenômeno teria desencadeado este comportamento. Algumas tentam explicar o q nos faz ser tão exigentes, insaciáveis e individualistas.
A principal está relacionada à internet. Isto mesmo, segundo alguns pesquisadores, este recurso maravilhoso de comunicação e integração mundial tem produzido um efeito nefasto em nossos relacionamentos. Parece q as pessoas estão transferindo para todas as suas coisas do dia a dia o mesmo grau de exigência que têm quanto à velocidade de seu provedor, computador, tablet e afins.
O exercício diário de velocidade no computador está contaminando nossas atividades diárias. A velocidade de download upload se transformam em uma referência de velocidade de resposta para os diferentes estímulos do dia a dia.
Outra hipótese está relacionada à faixa etária. Parece que os jovens ( aqui considerados os nascidos entre 1980-1990 ) após viver uma infância afastados de seus pais, que viveram dedicados aos trabalho e sem tempo para seus filhos, "aprenderam" que não vale muito a pena dedicar-se integralmente ao trabalho. O exemplo do pai trabalhador e ausente mão seria uma referência muito animadora para eles e, portanto, eles se dedicariam muito mais ao lazer que ao trabalho e desenvolveriam assim um perfil mais egoísta e individualista. Talvez a priorização da vida pessoal, que deixou em segundo plano o trabalho e passou a ser um momento de poucos estímulos positivos e, por conta disso, estes jovens não encontrariam no trabalho muita recompensa, e logo se tornariam impacientes, intolerantes e agressivos. Vem daí uma hipótese que explicaria tanta agressividade e estresse do dia a dia. parece complexo demais, não?! Pois é, o ser humano é complexo mesmo.
Outra teoria importante está relacionada aos tempos modernos. Isto mesmo. O excesso de compromissos, a disputa acirrada para encontrar seu espaço profissional, a alimentação inadequada, a insegurança gerada pelo aumento da criminalidade, os distúrbios psicológicos como depressão e ansiedade e, obviamente, o sedentarismo, são considerados os principais causadores deste cenário de intolerância, estresse e individualismo.
Nota-se que este ambiente notadamente hostil à boa qualidade de vida gera nas pessoas um nível de desconforto permanente que não admite que, diante de pequenos estresses do dia a dia, antes seriam considerados normais, as pessoas consigam ter uma reação razoável e passe a reagir de maneira instintiva. E assim se instala este caos que verificamos atualmente. Parece-me que a última opção se adequa mais como explicação para o fenômeno da impaciência, intolerância e agressividade exacerbados da população em geral. Mas minha opinião não reflete o consenso da comunidade científica em relação à explicação do fenômeno, pois ainda não se encontrou a causa verdadeira. E assim, quem segue ganhando muito são os laboratórios que vendem aos milhões os remédios estabilizadores de humor. As experiências práticas têm mostrado que, as pessoas que se exercitam têm, efetivamente, um comportamento muito mais equilibrado diante das situações de estresse. Quem se exercita consegue o autocontrole necessário para lidar de forma temperada com estas situações do dia a dia que insistem em nos jogar no fogo dos instintos. O treinamento intenso e regular promove mudanças bioquímicas e hormonais importantes no corpo dos treinados e por conta disto, eles têm uma estrutura emocional/psicológica consistente e parcialmente imune aos desafios diários. São mais tranquilas, equilibradas nas decisões, disciplinadas e principalmente mais focadas.
Não sei exatamente como anda o seu humor em relação a este mundo maluco e em constante transição, mas certamente se você pratica atividade física regularmente, você tem um comportamento muito mais sob controle do que se você não treinasse.
Se você treina, divulgue isso para quem não treina. Se você não treina, talvez tenha encontrado uma alternativa para viver melhor neste mundo.
Portanto, comece já!
